sábado, 30 de maio de 2009

Menos ônibus para atender ao brasiliense

Fonte: CNT - 31 de janeiro de 2005
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A frota de ônibus que integra o sistema de transporte público do DF está menor, embora o número de linhas tenha aumentado nos últimos três anos. Isso quer dizer que o brasiliense terminou o ano de 2004 com uma quantidade menor de ônibus para cobrir distâncias maiores. Os dados do Transporte Urbano do DF (DFTrans) mostram que, no período, o número de linhas passou de 756 para 769, mas a frota diminuiu, passando de 2.391 para 2.313 veículos."Ter menos ônibus para cobrir mais linhas diminui a freqüência com que eles passam pelas paradas. Dessa forma, as pessoas esperam por muito tempo", analisa José Matsuo, especialista em transporte da Universidade de Brasília (UnB). "É por isso que as empresas perdem passageiros para as vans piratas. O serviço dos ônibus é caro e de má qualidade. Além disso, os carros são mal conservados", critica.Matsuo acredita que o número de ônibus é insuficiente para atender à população brasiliense. "As empresas podem até achar que lucram tendo poucos carros e economizando com manutenção, mas acontece o contrário. Muitas pessoas acabam deixando de andar de ônibus", diz o especialista.A teoria de Matsuo é confirmada pelos números. Em 1995, 20.126.417 passageiros eram transportados mensalmente pelos ônibus convencionais do DF, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). No ano passado, de acordo com a Secretaria de Transportes, esse valor caiu para cerca de 14 milhões de passageiros por mês. O órgão explica, também, que a queda se deve à redução do número de ônibus da empresa TCB, que tinha cem carros em 2002 e encerrou o ano passado com apenas 15.Januário Lourenço, secretário-adjunto da Secretaria de Transportes, afirma que a queda não se deve somente à migração de passageiros para o transporte pirata. "Temos um levantamento mostrando que as 1,4 mil vans regularizadas do transporte alternativo transportam em torno de 10 milhões de passageiros por mês", revela. Ele lembra também que há ônibus do Entorno que fazem linhas no DF e que há passageiros que passaram a utilizar o metrô. Esse serviço, segundo Lourenço, transportará cinco vezes mais passageiros do que hoje após a integração. "A população continua sendo atendida pelo transporte coletivo, mas não da maneira ideal", admite.Lourenço ressalta que aumentar a frota e o número de linhas não é solução para o sistema de transportes do DF. "O transporte convencional atende a massa. Mas é inviável estar em todos os lugares", comenta. Na verdade, ele afirma que a integração com o metrô deverá causar a queda do número de ônibus. "Esse sistema poderá tornar até 500 ônibus desnecessários", acredita.

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